A Polícia Civil de Paiçandu – Região Metropolitana de Maringá – instaurou inquérito para identificar um grupo de pessoas que, na tarde de domingo (6), participou do linchamento do jovem Marcos Aparecido Varsilio, 21 anos. Segundo a polícia, o ataque teria sido motivado por uma falsa acusação, dando conta de que o rapaz teria estuprado um bebê de nove meses de idade. Um laudo, expedido na tarde desta terça-feira (8), pelo Instituto Médico Legal (IML), de Maringá, descartou o abuso.
O caso teve início na semana passada, depois de a mãe, Fabiana de Lima, notar algumas lesões na genitália da filha. Suspeitando dos ferimentos, a mãe levou a menina para exames no Hospital Municipal de Paiçandu, mas após uma análise superficial, o médico orientou-a a procurar o IML. Fabiana seguiu o conselho e buscou uma guia na delegacia e encaminhou a filha ao IML de Maringá. Numa primeira análise, o médico teria orientado a mãe a aguardar um segundo exame, que seria feito por médicos do Hospital Universitário (HU), bem como a expedição do laudo definitivo, que seria liberado nesta semana.
Mesmo sem saber o que havia ocorrido de fato com a filha, Fabiana teria passado a acusar Marcos Aparecido Varsilio, namorado da babá, de ter abusado de sua filha. “Só pode ser ele. Minha filha só ficava com eles (babá e o namorado) e com mais ninguém”, afirmou a mãe, neste terça, de forma convicta, a uma equipe de repórteres.
Inflamado pela acusação, familiares, vizinhos e amigos de Fabiana atacaram a residência de Marcos a pedradas e, após destruir parte do imóvel e toda mobília, arrastaram o rapaz para o meio da rua e o lincharam com paus, socos e pontapés. As agressões só cessaram depois de o rapaz desfalecer. “Pararam porque achavam que ele estava morto”, contou um policial militar que esteve no local.
Socorrido pelo Siate, Marcos foi internado no Hospital Universitário (HU). Desde que recebeu alta médica, ele recusa retornar a Paiçandu. Segundo a polícia, o rapaz estaria residindo temporariamente em Maringá, em local não revelado por familiares. Na opinião da polícia, além da falsa acusação de estupro, um antecedente criminal de Marcos teria pesado na decisão das pessoas que participaram do linchamento.
“Mas isso não deveria ter sido levado em conta, uma vez que o pai do bebê também tem passagem pela delegacia”, explicou o investigador Antonio Carlos Ramos Pereira, encarregado de apurar o crime.
O delegado José Nunes Furtado afirmou que aguarda o comparecimento de Marcos à delegacia para colher informações sobre o ocorrido. Ainda de acordo com o delegado, os agressores poderão ser indiciados por lesão corporal grave ou até mesmo por tentativa de homicídio. “A decisão (dos indiciamentos) será tomada após a coleta de todos os dados do acontecido”, explicou Furtado. A hipótese de a mãe da criança também ser indiciada em inquérito não está descartada.credit a Roberto Silva-O Diário
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