Repercute a entrevista concedida à revista Veja desta semana, pela recém empossada corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon. Ela diz que o ideal é que a promoção na carreira de magistrado se dê por mérito.
"Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo; os piores magistrados terminam sendo louvados; o ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior" - dispara. Ela assegura que "esse chegará ao topo do Judiciário".
A própria Eliana Calmon diz que, ela mesma, já teve padrinhos políticos, mas nunca foi cobrada. "Eles têm medo desse meu jeito" - diz confiante.
No diálogo com os repórteres da Editora Abril, a ministra critica, ainda, o modo como funciona o sistema.
"Há colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicação política", afirma.
Na nova função, como corregedora, ela diz que é preciso ter práticas humildes dentro do Judiciário. "É preciso acabar com essa doença que é a juizite". Como corregedora, o que a senhora pretende fazer?
Nós, magistrados, temos tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a ´juizite´.Extraido parte do site Espaço vital
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