O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) o deputado estadual Cícero Ferro (PMN) pelo crime de homicídio qualificado. Ferro é acusado de ser o mandante intelectual da morte do primo e fazendeiro Jacó Cardoso Ferro. O parlamentar foi denunciado ainda por tentativa de homicídio, já que a vítima estava acompanhada de dois amigos, que ficaram feridos no atentado.
O atentado ocorreu em janeiro de 2005 em um trecho da BR-316, no município de Estrela de Alagoas, a 155 quilômetros de Maceió. Jacó Ferro, então secretário de administração da prefeitura de Minador do Negrão, recebeu vários tiros de pistola 380 dentro do seu carro, sem chance de reação.
Os atiradores estavam em uma moto sem placa e teriam efetuado os disparos na direção de Jacó quando o carro do secretário diminuiu a velocidade para passar em um quebra-mola.
Segundo o procurador-geral de Justiça em exercício, Sérgio Jucá, a partir das provas colhidas foi possível apresentar a denúncia contra o deputado estadual. O motivo do homicídio seria a disputa política entre os dois grupos familiares em Minador do Negrão.
O crime teria sido cometido por Eliton Alves Barros, conhecido como "Tampinha", e Eronildo Alves Barros, o "Nildo". Ambos trabalhavam para o parlamentar. O primeiro está foragido e o segundo morreu no ano passado em um acidente de carro no Recife (PE). Várias testemunhas viram os dois arquitetando o crime antes da execução.
Em um dos depoimentos, uma das testemunhas revelou que o também fazendeiro Sebastião Ferro, que trabalhava para o deputado e era irmão da vítima, soube do crime e se desvinculou do grupo - prometendo buscar justiça para morte de Jacó Ferro. No entanto, meses depois ele também terminou assassinado em uma feira livre no município de Palmeira dos Índios, a 137 quilômetros da capital alagoana.
RICARDO RODRIGUES - Agência Estado
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