PMs acusados de matar jogador de futebol em Londrina irão a júri popular

Dois policiais militares acusados de matar um jogador de futebol em Londrina em 2004 irão a julgamento em tribunal do júri. A decisão foi tomada no último dia 7 de fevereiro, em sentença de pronúncia assinada pela juíza Elisabeth Khater, da 1ª Vara Criminal de Londrina.
A magistrada julgou procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os policiais Edney Ronaldo Gomes e Rangel Barbosa da Cunha, acusados de matar a tiros Raphael Bezerra da Silva, em novembro de 2004.
Filho do ex-jogador de futebol José Carlos da Silva, conhecido como Zequinha, 54, que atuou como zagueiro do Londrina Esporte Clube, Raphael foi alvejado por nove disparos de pistolas calibre 40 num bairro da região Norte da cidade. Os PMs alegaram, na ocasião, ter confundido o jovem com um assaltante que teria roubado um veículo nas proximidades
Na época do assassinato, Raphael Bezerra da Silva tinha 18 anos e atuava como jogador semi-profissional no clube Sport Lisboa, em Portugal, na posição de atacante. Ele passava dois meses férias no Brasil.
Conforme a sentença, ambos os policiais estão incursos no crime de homicídio duplamente qualificado, cometido por meio cruel e sem possibilidade de defesa à vítima. A pena prevista para o crime é de doze a 30 anos de reclusão. A sentença enquadra o crime na lei federal 8.072, conhecida como Lei dos Crimes Hediondos.
“Diante do conjunto probatório, há indícios de autoria delitiva recaindo sobre a pessoa dos réus Edney e Rangel”, diz trecho da sentença.
Outros dois policiais, que também eram réus na ação original, foram retirados do processo. André Luiz de Almeida Figueiredo fez um acordo com a promotoria e foi beneficiado com uma transação penal. Já Sérgio Fontanetti, acusado de fraude processual, foi absolvido na mesma decisão da juíza Kather. O Ministério Público já recorreu contra essa absolvição.