Jornal O Repórter Regional

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Bate -bôca num juri. Defensora pública dá voz de prisão a um promotor de justiça

O promotor de Justiça Eugênio Amorim recebeu voz de prisão na noite de ontem (21) ao supostamente se exaltar em uma sessão no Foro Central de Porto Alegre. O júri acabou suspenso. O representante do MP teria desacatado a juíza Rosane Michels, com a qual já teve divergências anteriores no caso do processo que trata da morte do secretário de Saúde da Capital Eliseu Santos.

Segundo circunstantes que estavam no Foro Central, a defensora pública Tatiana Boeira teria dito que tomava a atitude "porque o promotor Amorim desacatou a juíza, o tribunal e os jurados”, ao criticá-la como “parcial” e “mentirosa”.

Quatro pessoas estavam sendo julgadas na sessão do júri, acusadas de participação em duas tentativas de homicídio e tráfico de drogas na Vila Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre, em 2008.

Em determinado momento, o promotor Amorim teria feito menção à Operação Poeta, da Polícia Federal, ocorrida no mesmo ano, e tentado ligar os réus a esse caso. A ilação foi rebatida, porque as outras partes não teriam tido vista dos documentos a que o promotor se referia. Então começou a confusão.

O fato de a defensora ter dado voz de prisão a Amorim é controversa. "Um promotor só pode ser preso por ordem escrita de um juiz ou se for flagrado em crime inafiançável", diz o presidente da Associação do MP, Victor Hugo Palmeiro de Azevedo Neto.

Ele esclareceu que "pelas informações recebidas, o caso não constitui nenhuma das duas hipóteses - e se alguém, nessas circunstâncias, aventou da prisão, deverá responder pelo crime de abuso de autoridade".

A defensora pública Tatiane Boeira argumentou que "dar voz de prisão em flagrante é possível a qualquer cidadão", complementando que "quem decide depois se a pessoa será efetivamente presa é a polícia".
Falando ao jornal Zero Hora, a defensora admite que "eu interferi como uma pessoa do povo que estava ali, e também como uma defensora pública de Justiça que viu um promotor cometendo um crime".

O conselho de jurados foi dissolvido, e o júri deve ser feito de novo em julho.Espaço Vital

Um comentário:

ValCampos disse...

Oi...coração!Acho que é bate boca...não?Só arruma...não deixa aparecer o comentário,certo?