Jornal O Repórter Regional

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Empresário gaúcho foi alvo do bicheiro Cachoeira



O vazamento do inquérito da Polícia Federal expôs o ´modus operandi´ do bicheiro Carlinhos Cachoeira: intimidação, uso da máquina pública e uma vasta rede de influências, que envolvia imprensa e políticos, para tentar subjugar desafetos e alcançar objetivos.

Um dos tentáculos alcançou a empresa gaúcha TransGabardo, que tem filial em Anápolis (GO) principal campo de atuação de Cachoeira. Entre maio e agosto do ano passado, o bicheiro pressionou o senador Demóstenes Torres para criar, junto ao Ministério Público daquele Estado, um processo para encerrar as atividades da empresa no Distrito Agroindustrial de Anápolis.

Em conversas telefônicas, Cachoeira afirma que a TransGabardo estaria operando irregularmente. Em um dos diálogos, o bicheiro pede que Demóstenes viabilize a ação de um promotor: "Aquela empresa de carros lá que é prestadora de serviços e lá só pode indústria. Precisava de uma entrevista com o promotor, dizendo que vai entrar com o processo".

"O interesse de Cachoeira era retirar a área da TransGabardo para erguer um hotel ou um centro de escritórios" - disse Sérgio Mario Gabardo, diretor da empresa gaúcha,em declarações prestadas ao jornal Zero Hora, em sua edição desta segunda-feira (30). Segundo o empresário, desde o início do ano passado, a filial em Goiás, aberta em 2005, vinha sendo procurada por pessoas ligadas a Cachoeira.

– Queriam que nós desistíssemos da área. Temos contrato com a Hyundai até o ano de 2029 e não iríamos sair antes – disse Sérgio Gabardo.

Segundo ele, com as negativas, a pressão aumentou. Conforme o empresário, "houve uma grande atividade de fiscais da receita do governo de Goiás procurando irregularidades nas finanças da companhia e representantes do Ministério Público conferindo alvarás e contratos".

Gabardo complementa informando que "houve uma devassa nas contas da empresa, mas como nada foi encontrado, o Ministério Público arquivou o relatório".

Em sua edição de domingo (29), o jornal Zero Hora - assinada pelo jornalista Celito De Grandi, em página inteira, a matéria "O futuro assassinado", recordando "a morte não esclarecida de um jovem em Canoas". Essa vítima foi Mário Sérgio Gabardo, 20 de idade, assassinado em circunstâncias misteriosas em 29 de setembro de 2005.

Desde então, em todos os dias 29, seu pai - o empresário Sérgio Gabardo - tem mandado, mensalmente, e-mails a jornalistas e políticos. No texto que ele enviou no domingo (29) ao Espaço Vital ele verbera: "tenho me debatido e cobrado aos brandos uma resposta das autoridades ditas responsáveis pela área da segurança pública. Não tenho obtido êxito. Talvez me falte o ingrediente que move e remove essas autoridades: voto, poder eleitoral... quem sabe?".

E concluiu: "certamente se comandasse uma legião de eleitores seria recebido num gabinete com ar condicionado e, talvez, nem seria preciso saber se, como cidadão, pago meus impostos em dia". fonte Espaço Vital
 

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