Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de
Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de
São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais.
Joaquim José da Silva Xavier era filho do reino Domingos da Silva Xavier, proprietário rural, e da brasileira Maria Paula da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos nove filhos.
Em 1767, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São Antônio;
dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte
prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas.
Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um primo, que era
destinta. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma
botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes, um tanto apreciativa.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração,
tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus
recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e
levantamento do sertão sudestino. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", ferrovia que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro.
Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de
grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que
ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos
corruptos e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não
conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto
de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de marechal da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento de água no Rio de Janeiro;
porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo
fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta
às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica
e arredores, a favor da independência daquela província. Fez parte de
um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa..Inf. Geogle
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