Jornal O Repórter Regional

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sábado, 29 de dezembro de 2012

Cruzeiro do Sul sem policia.Bandidos não respeitam nem Sacrário

O Sacrário da Paróquia São Judas Tadeu, no centro de Cruzeiro do Sul (a 71 quilômetros de Maringá), mais conhecido como Santíssimo, lugar onde são guardadas as hóstias já abençoadas, foi destruído na madrugada de domingo por vândalos que depredaram o interior da igreja e roubaram todo o sistema de som. Na mesma noite, um casal foi assaltado em outro ponto da cidade e feito refém por mais de uma hora. A cidade de 4,6 mil habitantes não tem polícia.
O crime foi descoberto pela manhã, quando a igreja seria aberta para a missa dominical, e dezenas de fieis se disseram chocados com o ataque a objetos que os católicos consideram sagrados. “Os furtos em igrejas, residências ou empresas machucam muito, mas o que ofendeu mais a toda a comunidade foi a destruição do Santíssimo Sacramento”, disse a comerciante Maria do Carmo da Silva, ministra extraordinária da Santa Comunhão Eucarística. “É um objeto que não tem valor para venda, só tem valor para a nossa fé. A Eucaristia é tudo para nós que cremos no Cristo ressuscitado”.
Para o estudante universitário Alan Peliser, que também presenciou a cena de vandalismo, “o que fizeram foi um desrespeito com Deus e com os fiéis que batalham para manter a igreja”.
O padre Antonio Carlos da Silva chama atenção para a crescente onda de furtos e roubos em Cruzeiro do Sul, lembrando que a cidade era tranquila até pouco tempo atrás, “mas hoje estamos constantemente sabendo de notícias sobre ataques a famílias, empresas e até na zona rural”. De acordo com o líder religioso, isto é resultado da falta de atenção das autoridades com a área de segurança pública.
Cruzeiro do Sul é uma cidade de 4,6 mil moradores, no entanto não conta sequer com 1 policial. Quando há alguma ocorrência, a cidade tem que valer-se da Polícia Militar de Paranacity, cidade vizinha, com 11 mil habitantes e somente 1 policial trabalhando em cada plantão.
Os crimes vão aumentando e ninguém toma qualquer providência. O clima de medo está ficando cada vez maior e o que vemos hoje é que os bandidos estão soltos, muito à vontade, enquanto a população vai ficando cada vez mais presa”, diz o padre.
O padre Antonio Carlos cita fatos recentes para provar que Cruzeiro do Sul está à mercê de bandidos. Na mesma noite em que furtaram a aparelhagem de som da igreja e destruíram o Sacrário, um casal foi assaltado, sequestrado e mantido como refém. Há alguns dias, uma família tradicional da cidade foi assaltada, feita refém dentro da própria casa e teve objetos de valores levados por uma quadrilha, inclusive uma caminhonete. “Famílias que ajudaram a construir esta cidade, desejaram viver em um lugar de paz, hoje vivem traumatizadas porque nada é feito para dar mais segurança à população”, diz o padre.Materia Luiz de Carvalho -O Diário

Padre Antonio foi pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças  em Sarandi

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