O Sacrário da Paróquia São
Judas Tadeu, no centro de Cruzeiro do Sul (a 71 quilômetros de Maringá),
mais conhecido como Santíssimo, lugar onde são guardadas as hóstias já
abençoadas, foi destruído na madrugada de domingo por vândalos que
depredaram o interior da igreja e roubaram todo o sistema de som. Na
mesma noite, um casal foi assaltado em outro ponto da cidade e feito
refém por mais de uma hora. A cidade de 4,6 mil habitantes não tem
polícia.
O crime foi descoberto pela
manhã, quando a igreja seria aberta para a missa dominical, e dezenas
de fieis se disseram chocados com o ataque a objetos que os católicos
consideram sagrados. “Os furtos em igrejas, residências ou empresas
machucam muito, mas o que ofendeu mais a toda a comunidade foi a
destruição do Santíssimo Sacramento”, disse
a comerciante Maria do Carmo da Silva, ministra extraordinária da Santa
Comunhão Eucarística. “É um objeto que não tem valor para venda, só tem
valor para a nossa fé. A Eucaristia é tudo para nós que cremos no
Cristo ressuscitado”.
Para o estudante universitário Alan Peliser, que também presenciou a cena de vandalismo, “o que fizeram foi um desrespeito com Deus e com os fiéis que batalham para manter a igreja”.
O
padre Antonio Carlos da Silva chama atenção para a crescente onda de
furtos e roubos em Cruzeiro do Sul, lembrando que a cidade era tranquila
até pouco tempo atrás, “mas hoje estamos constantemente sabendo de
notícias sobre ataques a famílias, empresas e até na zona rural”. De
acordo com o líder religioso, isto é resultado da falta de atenção das
autoridades com a área de segurança pública.
Cruzeiro
do Sul é uma cidade de 4,6 mil moradores, no entanto não conta sequer
com 1 policial. Quando há alguma ocorrência, a cidade tem que valer-se
da Polícia Militar de Paranacity, cidade vizinha, com 11 mil habitantes e
somente 1 policial trabalhando em cada plantão.
“Os
crimes vão aumentando e ninguém toma qualquer providência. O clima de
medo está ficando cada vez maior e o que vemos hoje é que os bandidos
estão soltos, muito à vontade, enquanto a população vai ficando cada vez
mais presa”, diz o padre.
O
padre Antonio Carlos cita fatos recentes para provar que Cruzeiro do
Sul está à mercê de bandidos. Na mesma noite em que furtaram a
aparelhagem de som da igreja e destruíram o Sacrário, um casal foi
assaltado, sequestrado e mantido como refém. Há alguns dias, uma família
tradicional da cidade foi assaltada, feita refém dentro da própria casa
e teve objetos de valores levados por uma quadrilha, inclusive uma
caminhonete. “Famílias que ajudaram a construir esta cidade, desejaram
viver em um lugar de paz, hoje vivem traumatizadas porque nada é feito
para dar mais segurança à população”, diz o padre.Materia Luiz de Carvalho -O Diário
Padre Antonio foi pároco da paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi
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