A
tomada pública de depoimentos promovida nesta sexta-feira (10) pela
Comissão Nacional da Verdade (CNV) foi marcada por momentos tensos
envolvendo o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o
presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, vereador
Gilberto Natalini (PV-SP). Questionado sobre se teria torturado
Natalini, em 1972, Ustra respondeu que não tinha nada a dizer e negou o
fato. A negativa foi rebatida por Natalini que interrompeu a fala de
Ustra aos gritos: “Sou um brasileiro de bem. O senhor é que é
terrorista. Eu fui torturado pelo coronel Ustra”.
Apoiadores
do coronel, que foi comandante do Destacamento de Operações de
Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em
São Paulo (DOI-Codi-SP), entre 1970 e 1974, protestaram. O tumulto
interrompeu a sessão durante a qual Ustra negou que tenha havido
tortura, sequestro, ocultação de cadáver e mortes durante sua passagem
pelo órgão de repressão da ditadura.
Antes
do coronel Ustra, Natalini prestou depoimento a CNV e disse que “Ustra
sempre foi muito presente nas sessões de tortura”. Estudante de medicina
e integrante do centro acadêmico à época, Natalini narrou um episódio
no qual o foi colocado por Ustra nu em cima de uma poça d'água com fios
de choque atados ao corpo. “Ele chamou a tropa para que eu fizesse uma
sessão de poesia. Durante horas ele ficou me batendo com uma vara.
Outros vinham e me davam telefone (tapa com as mãos nos ouvidos) e muito
eletrochoque”, disse Natalini que também compunha poesia de protesto
contra a ditadura.
Em
outra ocasião, Ustra já havia negado publicamente a sessão de tortura,
tendo escrito, em setembro de 2012, uma carta aberta em que questiona as
afirmações de Natalini. Ao pergunto ao coronel se ele aceitava fazer uma acareação.Ele gritou não faço acareação com terrorista inf G1
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