Um carteiro de 22 anos foi queimado por
assaltantes em Barretos (SP) dentro de
sua casa na madrugada desta quinta-feira
(8). Alysson Douglas da Silva teve 60%
do
corpo queimado e está internado em estado grave na Santa Casa da cidade.
Segundo a delegada que cuida do caso, os
dois homens se irritaram com o rapaz,
porque ele disse que tinha apenas R$ 30 no
bolso. Os suspeitos ainda não foram
identificados, informou a Polícia Civil.A
vítima, que mora há três meses em Barretos
para trabalhar na agência
dos
Correios,
chegava em casa quando foi abordada por
dois assaltantes de capacete em
sua garagem. Irritados quando o carteiro
disse que tinha apenas R$ 30,
os
ladrões derramaram um galão de combustível sobre o corpo dele e
atearam fogo, segundo a delegada Silvana
Ferreira da Silva.
Alysson tinha acabado de deixar sua mulher na
rodoviária e estava sozinho em casa,
informou a família da vítima. "Mesmo
de cabeça baixa e não olhando para eles,
respeitando as ordens dos bandidos, ele
sentiu logo em seguida o líquido derramando
e
as chamas em seu corpo", afirmou a delegada.
Diante dos assaltantes, de acordo com Silvana, o
carteiro chegou a pedir em
vão para que não fosse morto, afirmando
aos assaltantes que era pai de família.
“Ele mesmo nos relatou que pediu ‘por
favor, eu tenho uma filha pequena para criar,
não façam isso’”, disse Silvana.
Enquanto pegava fogo, Alysson ainda conseguiu
correr e pedir ajuda.
Ele
foi socorrido e encaminhado com 60% do corpo queimado para a
Santa Casa do município. ”Foi uma
crueldade”, afirmou a delegada.
Segundo ela, o caso está sendo investigado como
roubo qualificado.
O próximo passo é refazer todo o percurso
da vítima na noite do crime,
bem como apurar a rotina do carteiro para
tentar identificar os suspeitos.
"Vamos fazer uma retrospectiva dos
lugares por onde a vítima passou
na noite de ontem [quarta-feira], os
contatos que ele teve nos últimos três
meses desde que está aqui. Já conversamos
com a mulher e com a mãe
dele que passaram informações a respeito
de seus hábitos. Tudo nos leva
a crer que houve realmente um roubo
agravado por uma situação cruel."
A pena para os responsáveis pelo ato, segundo
ela, pode variar
de quatro a dez anos de prisão, caso a
vítima sobreviva às queimaduras,
ou
de 20 a
30 anos de detenção, em caso de morte. "Esperamos nas
próximas horas obter alguma coisa que
possa nos levar à autoria",
afirmou a delegada.
Alysson Douglas da Silva, de 22 anos, sofreu
queimaduras graves
pelo corpo (Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV)
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