Cerca de cem pessoas, entre trabalhadores e
empresários da construção civil de Sarandi, estiveram na tarde desta
segunda-feira (12) na Câmara Municipal para se manifestar contra um
possível projeto de lei que prevê restrições à construção de casas
geminadas.
O Legislativo e o Executivo confirmaram que deram início a um estudo
em conjunto sobre o tema, mas que mudanças, na prática, devem demorar
para acontecer.
Atualmente, em Sarandi, casas geminadas podem compartilhar terrenos
de no mínimo 10 metros de frente. A intenção, explicou o presidente da
Casa, Rafael Pszybylski (PP), é que a metragem seja alterada para 16
metros. "Nosso objetivo é proporcionar moradias mais dignas. Em casas de
5 metros de frente cada, nem mesmo uma garagem pode ser viabilizada
com um mínimo de condições", disse.
De acordo com ele, deve demorar pelo menos 6 meses para que o estudo
esteja concluído e o projeto e fique pronto para ir a votação.
O secretário de Urbanismo de Sarandi, Elton Toy, destacou ainda que
além de problemas com o estacionamento as casas geminadas com 5 metros
de frente são prejudiciais para o município. "Mais construções dentro
de um bairro geram mais demanda por infraestrutura de água e esgoto",
avaliou.
O construtor Adilson Damião é o representante dos que se posicionam
contrários às mudanças. Segundo ele, o principal prejudicado se o
projeto de lei for aprovado será o sarandiense. "Além de desempregar os
trabalhadores da construção civil, as pessoas mais humildes não vão ter
condições de comprar a casa própria a um preço acessível", mencionou.
Nas contas de Damião, uma casa de 5 metros de frente e de 53 a 59
metros quadrados de área construída que hoje custa entre R$ 85 mil e R$
90 mil não será encontrada, no novo padrão sugerido, por menos de R$
140 mil.
Desdobramentos
Para reivindicar a permanência das regras atuais
sobre as casas geminadas, construtores, imobiliaristas e proprietários
de depósitos de materiais de construção divulgaram que vão se reunir na
noite de hoje para a criação de uma associação para representar a
classe.
Já durante a sessão ordinária realizada ontem na Câmara Municipal,
Pszybylski convocou uma reunião entre representantes da construção
civil, os vereadores e a prefeitura para debater o assunto. O encontro
será na segunda-feira, na Câmara, às 15 horas.o Diário
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