Foi
no dia 25 de julho que os profissionais da educação demonstraram na
prática a conscientização política e a capacidade organizativa da
categoria, que obrigou-se por se politizar diante dos rumos das
políticas públicas educacionais catastróficas da cidade de Sarandi.
A
muito a incapacidade da Gestão atual do Município vem dificultando,
quando não impossibilitando o trabalho de qualidade do professor, que
recebe um dos menores salários da região de Maringá, que não tem o
direito à hora atividade (33%) já garantido por uma lei federal que é
descumprida pelo prefeito, falta de perspectivas na carreira graças a um
plano de carreira rebaixado que o prefeito se recusa em melhorar. Falta
de recursos físicos, materiais, de infra-estrutura, pela falta de
formação continuada, de incentivos, enfim perdendo os melhores e mais
experientes profissionais do magistério para as cidades vizinhas que
possuem melhor valorização profissional e condições de trabalho.
A
muito já vem sendo comunicado, denunciado, negociado, enfim, com o
poder público sobre o caos em que se encontra a educação sarandiense,
mas apesar dos gritos de insatisfação dos que estão no seu dia-a-dia
encontrando-se com as calamitosas negligencias educativas que
desembocou-se na Paralisação dos professores. Ou seja, na greve, último e
único recurso de pressão dos trabalhadores desesperados pelo abandono
do poder público.
A
Paralisação foi um dia que marcou a luta da categoria, como um divisor
de águas, a categoria demonstrou sua força organizativa, a sua
insatisfação e juntos mostraram aos governantes e a sociedade
sarandiense a necessidade urgente de uma verdadeira política de
valorização da educação de Sarandi.
Uma
paralisação vitoriosa porque mesmo enfrentando um poder público que
jogou pesado para impedir a paralisação conseguiu a adesão de 2/3 dos
professores e servidores da rede municipal que paralisaram suas
atividades e foram as ruas. Vitoriosa porque teve que superar a traição
de sua própria direção sindical que se recusou até o fim em assumir sua
responsabilidade e dirigir a mobilização dos educadores.
Vitoriosa
porque conquistou a realização de um novo concurso publico para rede
municipal, insuficiente para responder a todas as necessidades, mas uma
conquista sim. Vitoriosa porque obrigou a secretaria de educação a
convocar a formação de uma comissão para estudar a revisão do plano de
carreira do magistério.
A decisão
da prefeitura em descontar o dia de paralisação, da elevação e da cesta
básica, além de mandar registrar na ficha de avaliação de quem está em
estágio probatório,
choca, não apenas pelo prejuízo financeiro aos trabalhadores mais
principalmente por que revela a insensibilidade do prefeito a tudo que
diz respeito à causa dos servidores municipais e a causa da educação.
Mas
nós não aceitaremos nunca que nos seja retirado o direito a democracia,
a luta, o nosso direito de greve. Lutaremos sempre, primeiro para
recuperar nosso sindicato e colocá-lo a serviço da causa dos servidores,
depois para reverter essa decisão do prefeito de atacar os professores e
funcionários e também por todas as reivindicações que ainda não foram
atendidas, lutaremos porque lutamos por uma educação de qualidade, por
condições de trabalho dignas, por salários justos.
Exigimos:
Nenhum
prejuízo aos servidores que participaram da paralisação; reposição do
dia parado sem o registro de falta e ressarcimento do desconto aos
servidores da educação.
Oposição sindical “servidores em luta”.
Sarandi 02 de setembro de 2013
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