Com Gazeta do Povo
De acordo com a coluna do jornalista Celso Nascimento, do jornal Gazeta do Povo, a presidenta Dilma Rousseff proibiu o governador Beto Richa (PSDB) de prorrogar os contratos de pedágio no Paraná por mais alguns anos.
Dilma defende que seja feita nova licitação ao término dos contratos, em 2021, com tarifas menores do que são cobradas atualmente pelas pedagiadoras. O pedágio foi instituído no Paraná pelo governador Jaime Lerner (PSDB). Leia abaixo trechos da coluna publicada nesta quinta-feira (14).
“Richa pede, Dilma nega
Lembra daquela frase do ex-ministro Rubens Ricupero que acidentalmente vazou num intervalo de entrevista que concedia à Globo em 1994? Ele dizia: “O que é bom a gente fatura; o que é ruim a gente esconde”. Pois é: de vez em quando a técnica se repete – como acaba de acontecer em relação à audiência que o governador Beto Richa teve com a presidente Dilma Roussef, em Brasília, na última terça-feira.
Das entrevistas e matérias oficiais só saíram informações positivas. A má, não divulgada pelo Palácio Iguaçu, foi o sonoro não que a presidente deu à proposta levada por Richa para que a União aceitasse sua intenção de prorrogar por mais alguns anos os contratos de concessão rodoviária no Paraná como forma de baixar as tarifas de pedágio e antecipar obras. Como a maior parte das rodovias pedagiadas é federal, a prorrogação obrigatoriamente teria de contar com a anuência da União, que teria também de dilatar o período de delegação das estradas ao estado.
Exposto o assunto, Dilma teria dito a Richa que a União, ao contrário dele, defende que em 2021, quando terminam os atuais contratos, seja feita nova licitação, mas sob modelo menos oneroso para os usuários. Ou seja, neca de pensar em prorrogação.
Dilma, porém, teria mostrado seu lado compreensivo: disse entender que mais obras são sempre bem-vindas e idem para tarifas mais baixas. Mas que esse é um assunto que o próprio governo do estado tem de negociar diretamente com as concessionárias. Pode, por exemplo, mandar antecipar ou fazer obras novas com recursos orçamentários estaduais.
Se o Paraná, porém, tiver dificuldades de caixa para isso, a União – garantiu a presidente – poderia contribuir abrindo linhas de financiamento, desde que o estado se mantenha obediente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – fator que, segundo reconheceu o próprio governador em entrevistas, era mesmo o que impedia o estado de obter o aval da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).”
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