Jornal O Repórter Regional

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pobreza em Sarandi

Uma cidade só será gigante quando a opinião pública for atuante e participativa sem sensacionalismos ou perseguições infrutíferas debatendo às diversas formas da pobreza ou exclusão social local.
Culpabilizar é fácil. Desafiador é construir respostas por uma cidade melhor e não se acomodar no omissivo “amém”, amém, e amém.
Discordar, criticar, debater são verbos cidadanizantes por um amanhã melhor construído sob o manto incluidor da justiça social.
A história recente de Sarandi/Pr é cheia de “revanchismos” políticos com altos custos sociais e sem politização alguma desta cidadania usada e abusada por interesses nada coletivos.
Há diversas oportunidades e possibilidades a serem construídas ao futuro econômico, social, cristão e político localmente e metropolitanamente.
Todavia, há em nossa cidade, uma falta vontade política ou de politizar esse debate? Porque de politicagem, certamente, estamos de sacos cheios.
Conforme dados do Censo IBGE 2010, a população total do município era de 82.847  residentes, dos quais 3.452 encontravam-se em situação de extrema pobreza, ou seja, com  renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70,00.
Isto significa que 4,2% da população municipal  vivia nesta situação, já em 2012, este valor subiu para 5.2%. Do total de extremamente pobres, 79 (2,3%) viviam no meio rural e 3.374 (97,7%) no meio urbano.
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Fonte: SUAS Visor – Tabela 01
Os números e “Indicadores Sociais” são esquecidos ou excluídos das mesas ou instancias de negociação/debates das reais necessidades desta cidade rica, mas pobre.
Temos mais de 3400 cidadãos/ãs (Tabela 01) em condições de “Extrema Pobreza”, segundo o S.U.A.S. Visor 2013 concentrando nas faixas etárias de 15 a 39 anos (Economicamente Ativos) 54.6% desta “massa de excluídos” de pouca ou frágil “prioridades” nas ações em políticas sociais.
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Fonte: SUAS Visor – Tabela 02

No entanto, quanto ao número de “Beneficiários do Bolsa Família” tivemos o maior aumento de 44,44% de 2004 a 2010 ( Tabela 03) entre as cidades analisadas. Além do mais, é o município que paga o maior número de beneficiários do BF em termos relativos com o número de moradores cadastrados ( 10 mil famílias inscritas no Cadastro Único 2012), ou seja, são quase 40 mil cidadãos em situação de vulnerabilidade e risco social, quer dizer, 52% da cidade.
Estes valores repassados cresceram 243,01%, chegando a mais de R$ 3,08 milhões por ano. Sendo a cidade após Maringá/Pr a quem mais Beneficiários sacaram na boca do bancos credenciados este montante movimentador do comercio local e regional gerando divisas ao município, porém com carentes programas, projetos e serviços de inclusão social.
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Tabela 03

Portanto, Sarandi provem de uma origem “segregada” e “excludente” fruto do capital especulativo imobiliário e da ação “desgovernada” de gestores públicos ineficientes e omissos, valendo-se de “técnicas anti-administrativas” nada preocupadas com a edificação de alicerces firmes visando o desenvolvimento e inclusão social local mesmo diante de um Orçamento Público se “quadruplicando” em oito anos, 2002 a 2010.
Enfim, mesmo havendo uma aumento considerável nos últimos oito anos, 2004 a 2012, onde o Governo atual consegui ganhos melhores combinado por uma série de rearranjos dentro da Política Nacional de Assistência Social, porém com menor efetividade na prática por ainda nossos gestores nao compreenderem os efeitos incluidores de um debate continuado, integrado, intersetorial e plural sobre os indicadores de vulnerabilidades sociais

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Tabela 04 – Gasto Acumulado por Gestão em Assistência Social – Fonte: Portal da Transparência Sarandi/Pr

Portanto, como dizia o velho ditado para “…entender a realidade é preciso vasculhar e repensando nossa história com a politização do debate” e nada melhor buscar aquilo que os números dizem sobre a “qualidade de gestão” dos Prefeitos responsável pelo “gerenciamento” do erário público não alcançando de forma convincente a eficiência e a eficácia necessária para uma inclusão social com geração de renda materializada na elevação da qualidade de vida de seus munícipes. 

Compilação por
Dr Allan M.  V Silva


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