Jornal O Repórter Regional

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

E APESAR DISSO, CONTINUAMOS TÃO DESIGUAL


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é a sexta economia mais rica do mundo. No entanto, 57 milhões de pessoas vivem em estado de pobreza, ou seja, sobrevivem com meio salário mínimo.

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida resumida para avaliar o progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: uma vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e um padrão decente de vida.

O Brasil permanece no grupo dos países considerados como de (ADH) Alto Desenvolvimento Humano. A série histórica do (IDH) para o Brasil revela uma retrospectiva positiva a médio e a longo prazos.

O objetivo da economia não deveria ser o ganho mas sim o bem-estar de toda a população. O crescimento econômico não é um fim em si mesmo, mas um meio para dar vida a sociedades  humanas e justas.

Lendo uma matéria sobre economia, achei muito interessante a frase de Robert F. Kennedy:  ”o PIB inclui tudo; exceto o que faz a vida valer a pena”.

É inquestionável que o Brasil tirou milhões de brasileiros da extrema pobreza, mas em que condições? É aceitável definir a pobreza a partir de uma quantidade de números que coloca o ser humano em condições de estatísticas? Trata-se da superação efetiva das necessidades básicas ou apenas evitar a morte pela fome?

Pois bem. Diante desses dados uma questão se impõe como pertinente: o crescimento econômico em si não resolve a questão da desigualdade social. Crescer economicamente não significa que a vida das pessoas mais necessitadas irá melhorar, embora seja o crescimento da economia um fator benéfico no conjunto das opções a favor da busca de bem-estar.

Por que somos tão desiguais? Quero  enfatizar apenas uma questão: Somos desiguais em mais de 500 anos de história econômica e política, pois nossas políticas econômicas são desenhadas apenas para fazer a riqueza subir, e não para eliminar os focos de pobreza.

Brasil, um país paradoxal: rico com uma triste e dramática pobreza vinculada a um elevado grau de desigualdade.

O IDH apenas reforça esse lado paradoxal quando nos aponta como sendo uma nação de Alto Desenvolvimento Humano.

Como solução, só vamos diminuir essa desigualdade e eliminar os focos de pobreza quando a economia for direcionada para produzir aquilo tudo que elimina o estado de pobreza, ou seja, escola pública de qualidade, saúde pública confiável, saneamento básico, enfim, permitir com que cada brasileiro carente tenha dignidade em sustentar sua família com o trabalho, possibilitando comprar o necessário para sobrevivência. Quando isso acontecer, aí sim poderemos nos considerar um país de Alto Desenvolvimento Humano.

  

            LEONIR M GARBUGIO BELASQUE - Advogada e Vereadora

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