O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou na última quinta-feira (11) editoriais publicados por jornais brasileiros. Para o presidente, os responsáveis pelos textos são “falsos democratas” que se acham “única voz pensante no mundo”. “Se vocês são como eu, que não gosto de ler notícia ruim, comecem a prestar atenção no noticiário. Leiam os editoriais, para ver o comportamento de alguns falsos democratas. Façam isso, porque isso também é cultura”, disse. Lula discursou durante a abertura da II Conferência Nacional de Cultura, em Brasília. Segundo o presidente, os editoriais publicados pelos meios de comunicação repetem os de 1953, quando teve início a campanha “O petróleo é nosso”. “Não há diferença. Diziam que o Brasil n& atilde;o deveria fazer a campanha, porque aqui não havia petróleo”, afirmou.
Segundo Lula, esses meios de comunicação traduzem “a pequenez do pensamento daqueles que acham que o Brasil só tem cidadãos de segunda classe”. O presidente disse ainda que o ministro da Comunicação do Governo, Franklin Martins, “tem sofrido ataques” por ter reduzido a publicidade paga aos meios de comunicação.
OS ENLATADOS
Durante o discurso, Lula criticou a programação das TVs brasileiras. “Tem filme que passa 90 vezes. Os artistas já ficam íntimos da gente. Você liga a TV, e o artista fala: 'oi, Lula'. A [primeira-dama] Marisa acha até que é parente dela”, discursou o presidente.
O presidente comparou os custos de produção do filme “Avatar” à dificuldade do cineasta Luiz Carlos Barreto para produzir o filme “Lula, O Filho do Brasil”. “Tem um filme que não ganhou o Oscar, mas que ganhou uma quantidade de dinheiro extraordinária. 'Avatar' custou US$ 400 milhões. Você imagina que os artistas devem ter comido só caviar. O coitado do Barreto para fazer o filme 'Lula, o Filho do Brasil' tinha quase que pedir desculpas. Porque a pressão era de tamanha ordem que tinha que ficar justificando que não tinha dinheiro público”, comparou.
Lula lembrou que parte dos recursos do fundo social do pré-sal serão destinados à cultura. A medida poderá elevar o percentual destinado ao setor, que atualmente fica com cerca de 1% do Orçamento da União.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, informou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II, elaborado pelo governo federal, terá espaço para investimento em cultura. Segundo a ministra, o governo vem alinhavando o Plano Nacional de Banda Larga, que permitirá a universalização deste serviço às famílias de menor poder aquisitivo. “Temos hoje é um Estado parceiro da cultura”, disse.
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