Antonio Palocci ainda estava ministro da Casa Civil, quando foi invocado como a principal alegação comparativa de defesa por um sacoleiro em processo por crime de descaminho, numa audiência na 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo, na manhã da última terça-feira (7).
O réu era duramente denunciado pelo representante do Ministério Público pela irregular importação de muambas no valor de pouco mais de R$ 12 mil.
De repente, ao ser interrogado, o muambeiro reclama que está sendo injustiçado.
Olhos firmes na autoridade que preside a audiência, o réu proclama:
- Todo mundo está vendo que o Palocci fez coisas bem piores e teve suas vultosas consultorias arquivadas pelo procurador-geral da República...
Pairou na sala de audiências um pesado e constrangedor silêncio.
Até que o ilustre representante do Ministério Público Federal - com um misto de ironia e vergonha - informou que na rede interna do parquet todos exclamavam que "o Gurgel ‘brindeirou’ geral".
Silêncio de alguns instantes.
(Para os mais jovens operadores do Direito, vale esclarecer que a neologismo é uma referência a Geraldo Brindeiro, o procurador-geral da República no governo Fernando Henrique Cardoso que entrou para a história com o singelo epíteto de "engavetador geral").
E continuou o nobre representante do M.P. a dizer que depois da "brindeiragem" de Gurgel cresceu na comunidade a torcida para que a candidata Ella Wiecko venha a ocupar a cadeira de procurador-geral em substituição ao próprio, que está em fim de mandato.
Gurgel é candidatíssimo a ficar no posto - a lei permite a recondução. Na descontração que se seguiu, houve quem especulasse a intenção dele de agradar quem nomeia o procurador-geral com sua atuação no caso Palloci.
Depois desse forrobodó nos debates orais, o membro do MPF pediu a absolvição do muambeiro.
O pedido foi prontamente atendido pelo juiz. (Com informações do Consultor Jurídico).Espaço Vital
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