Tenho
acompanhado com muita preocupação nos últimos dias a repercussão do caso que
envolve o ex- prefeito de Realeza e ex-assessor do governo federal. Os fatos e
a gravidade dos crimes imputados a ele, que se tornaram públicos e que motivam
a Justiça a determinar a prisão do acusado, exigem apuração rigorosa e punição
exemplar.
Entretanto,
não podemos silenciar diante da forma oportunista com que adversários políticos
do governo vêm explorando o caso, na tentativa de responsabilizar a ministra chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
buscando a todo custo manchar sua imagem de mulher pública e macular sua
trajetória política.
Os compromissos institucionais pactuados no
enfrentamento à violência contra a mulher e no combate ao tráfico de pessoas e à
exploração sexual de crianças e adolescentes sinalizam a posição clara do
governo federal de tolerância zero com relação a esses crimes. Há mais de dez
anos, com a criação da Secretaria de Políticas Para Mulheres (SPM) da
Presidência da República, a União tomou para si a tarefa de estabelecer
políticas permanentes e efetivas de superação da desigualdade de gênero. Isso é
fato incontestável!
A
história e trajetória política de Gleisi Hoffmann se traduzem nesses
compromissos. Reforçam a luta popular, a equidade de gênero e a defesa
intransigente das bandeiras da emancipação e da valorização das mulheres,
contra o preconceito, o machismo e a histórica discriminação de mulheres e
meninas. Quando diretora financeira da Itaipu Binacional, Gleisi foi responsável
pela implantação de um grande programa de combate à exploração sexual de
crianças e adolescentes na região da Tríplice Fronteira. Esse programa envolveu
a construção de casas abrigo às mulheres vítimas de violência e abriu as portas
do Hospital Costa Cavalcanti em Foz do Iguaçu para o atendimento humanizado das
vítimas de violência sexual. Além de todo o empenho pessoal de Gleisi na
instalação em 2004 do Núcleo de Proteção às Crianças e aos Adolescentes Vítimas
de Crime (NUCRIA) de Foz do Iguaçu.
Merecem
repúdio as manobras de desconstrução da imagem da mulher, ministra e ocupante
de um dos postos mais importantes no comando da Nação, que denotam preconceito
de gênero, desrespeito, ódio e machismo e que motivam os mais diversos
retrocessos e injustiças sociais. O que está por trás dos ataques à ministra? A
preocupação em punir os crimes que recaem sobre o ex-prefeito, com a qual
concordamos plenamente? Ou estão sendo motivados por interesses e proveitos
próprios das disputas eleitorais?
Reafirmo
a manifestação de apoio à pessoa da ministra Gleisi, por conhecê-la, saber do seu
caráter de mulher, de mãe responsável e zelosa, sua história, trajetória
política, seu trabalho e seu compromisso com o desenvolvimento humano e social
do nosso País. Tenho convicção que nossa indignação diante desses fatos é
também a dela e que as mesmas exigências que fazemos de apuração rigorosa e
punição exemplar do caso têm concordância expressa na posição da ministra
Gleisi.
Roseli Isidoro
Secretária Municipal da Mulher de Curitiba